terça-feira, 16 de outubro de 2007

The End

O Pensar Almeirim chegou, definitivamente, ao fim. Este é o seu último post que, por sinal, é também o último texto publicado no jornal "O Almeirinense".

“A Guerra das Rosas”[1]

Como almeirinense, sigo com alguma atenção o que se passa na vida política local, nomeadamente os acontecimentos dentro do executivo camarário e o que vem a público sobre a vida interna dos partidos.

Em Fevereiro deste ano escrevi no meu blogue (http://pensaralmeirim.blogspot.com/) que “de todos os mandatos autárquicos do actual presidente de Câmara, este que actualmente desempenha (2005-2009) está a ser o pior de todos. Nem mesmo primeiro (em que estava em minoria) conseguiu ser tão desastroso”. De lá para cá já se passaram quase oito meses e a situação tende a agravar-se. Não bastava uma oposição externa, bem mais aguerrida e responsável, tem agora que debater-se com a oposição dentro do seu próprio partido. Vinte anos de poder criam bastantes anti-corpos e, muitos dos seus camaradas acham que está na altura de passar o testemunho. Sobre isto, o presidente da Câmara, que se desdobrou-se numa série de entrevistas a órgãos de comunicação social, deu a entender que em 2009 não se voltará a candidatar para mais um mandato, “pelo menos por minha iniciativa”, deixando a porta entre-aberta para uma mais que provável recandidatura. Se assim não fosse, porque razão têm vindo a ser publicada(s) carta(s) a elogiar o seu desempenho? No entanto, essa(s) carta(s) contribuíram para agravar o mal-estar já existente nas hostes socialistas.

Penso, pois, que em 2009, vamos ter mais do mesmo. Sousa Gomes será, de novo, candidato. Espero, no entanto, que as batalhas que se travarão nesta “Guerra das Rosas” o sejam bem longe dos locais onde se exerce a política autárquica. Que sejam travadas nas sedes partidárias, em almoços ou jantares, de solidariedade ou conspirativos, em casa dum ou no sótão do outro. Menos no edifício dos Paços do Concelho. E espero também, assim como todos os almeirinenses, que a instabilidade que se tem vivido nestes últimos tempos no Partido Socialista local não se repercuta no trabalho autárquico, para o qual todos foram eleitos.


“Vou andar por aí”

Quis o destino que este artigo, apesar de ter sido escrito para figurar na edição de 1 de Outubro, faça parte da edição em que “O Almeirinense” comemora 52 anos de existência. À direcção, administração e, particularmente, à redacção, os meus sinceros votos de parabéns e uma palavra de incentivo para estes próximos tempos, que se advinham de grande dificuldade para os órgãos de comunicação social que, como “O Almeirinense” são propriedade de instituições particulares de solidariedade social.

Ao longo de mais de quatro anos tenho colaborado com “O Almeirinense” com a publicação de artigos de opinião, a maioria deles relacionados com o nosso concelho. Neles é notório a crítica àquilo que considerei (e considero) estar mal em Almeirim. Por isso, em Outubro de 2004, quando me tornei Presidente da concelhia de Almeirim do Partido Social Democrata, fiz ver à redacção deste jornal que não me sentia à vontade para continuar a criticar os agentes políticos tendo eu, também, responsabilidades políticas. Não pretendia, tal como não pretendo agora, que se afirmasse que “O Almeirinense” era usado por mim como uma arma contra aqueles que critico. Mas, perante a insistência para continuar, tentei ser um pouco mais comedido nas palavras, diversificando os assuntos para temas mais gerais, que não restringissem aos assuntos locais. Impossível!!! O facto de estar ligado à política local leva-me, sempre, à tentação de “Pensar Almeirim”…

Por isso, e depois de algum tempo ausente, voltei apenas para dizer que este será o último “Pensar Almeirim”. Há cerca de um ano que esta ideia me assolava, vindo a ser adiada desde então.

Não tomei esta decisão de ânimo leve. Mas faço-o porque, como em tudo na vida tem um princípio, meio e fim, acho que chegou a altura de terminar. Não porque deixei de ser crítico em relação aos decisores locais. Não. Continuarei a sê-lo e continuarei a expressar as minhas críticas, se bem que doutras formas e em outros locais que não aqui. E devo, também, acrescentar, para tranquilizar algumas pessoas atormentadas com o regresso ao passado, que esta decisão apenas a mim diz respeito e a mais ninguém.

Quero agradecer à redacção de “O Almeirinense” pelo facto de ter permitido a publicação dos meus escritos, que na sua grande maioria foram redigidos em cima do prazo limite para o fecho da edição. Agradeço, também, aos leitores porque foi para eles que eu, ao longo deste tempo escrevi, procurando levar a eles outros pontos de vistas sobre o nosso concelho. Mesmo àqueles que ao lerem o “Pensar Almeirim” possam ter sentido alguma azia. E, ainda, a todos os que me pediram para escrever sobre determinados temas. Infelizmente, não consegui chegar a todos.

Um político nosso conhecido disse: “Não me despeço. Não vou estar por aqui, mas vou andar por aí”.

Até um dia destes!!!

[1] A Guerra das Rosas ou Guerra das Duas Rosas foi uma série de longas e intermitentes lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra, ocorridas ao longo de trinta anos de batalhas esporádicas (1455 e 1485), durante os reinados de Henrique VI, Eduardo IV e Ricardo III.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mais dois blogues

Acabados de chegar à blogosfera almeirinense mais dois blogues:

Vinho & Zurrapa

Behind Blue Eyes

domingo, 30 de setembro de 2007

9.000 visitantes

Número bonito, registado às 21 horas de 30 de Setembro de 2007: 9.000 visitantes.

Apesar do desleixo a que vetei este espaço nos últimos tempo, é sempre salutar verificar que ainda existem visitantes, apesar da pouco vontade de escrever.

Obrigado a todos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Portagens no IC3

O nosso edil, em entrevista ao jornal "O Mirante", entre outras matérias, dá conta da intenção do governo em cobrar portagens no troço do IC3, entre a Golegã e Almeirim.

Ora, o IC3 é uma via de comunicação de extrema importância, não só para o desenvolvimento económico da nossa região mas, e sobretudo, para a circulação dos veículos pesados que têm como destino os CIRVER, localizados na Chamusca.

Posto isto, vamos assistir à passagem de veículos pesados, carregados de resíduos tóxicos pelas estradas nacionais que cruzam o nosso concelho, com todos os riscos inerentes a esse transporte, apesar de virmos a ser servidos pelo IC3, e sem que o poder autárquico defenda os interesses das suas populações.

Além disso, não podemos cair no erro de comparar esta via de comunicação com a Auto-Estrada A13, como faz o presidente da Câmara de Almeirim, quando afirma que não vai liderar nenhum protesto: «A A13 foi feita com portagem e não houve contestação. Desde que tenhamos Estradas Nacionais em condições que sirvam de alternativa acho que é aceitável.»


Actualização

O jornal "O Mirante" levou a cabo, durante a última semana, uma consulta aos seus leitores da edição on-line, perguntando se concordavam com a existência de portagens no troço do IC3 que ligará Almeirim a Tomar. Acho que a percentagem daqueles que estão contra a introdução de portagens (73,82%) é suficientemente expressiva para que os nossos políticos tenham consciência e defendam os interesses das populações que os elegeram e não os interesses dos seus partidos políticos.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

De volta

Com uma semana de atraso, o Pensar Almeirim volta ao activo.

Numa altura em que poucos factos locais que merecam destaque, em que os nossos políticos vão (foram) de férias, não existe muita vontade de escrever. Por isso este atraso.

Daqui para a frente, prometo mais assiduidade. Até porque a reentré política está aí e este mandato autárquico vai chegar à sua metade.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Três breves notas

Antes de me ausentar por uns tempos, gostaria de deixar aqui três breves notas sobre outros tantos acontecimentos que vieram a lume nos últimos dias.

Primeiro, sobre os já repetitivos acidentes no cruzamento da EN114 com a EM1390. Ontem, 02.08.2007, mais uma vida se perdeu naquele cruzamento. Porque razão os responsáveis pelo projecto daquela estrada nacional (que recentemente foi alvo de requalificação) não previram a construção duma rotunda em vez dum cruzamento? Dado tratar-se duma recta, onde o pavimento em bom estado convida a acelerar, a implantação duma rotunda naquele local teria, acima de tudo, um carácter dissuador dessa velocidade excessiva e, por conseguinte, de prevenção de acidentes. Mas, a nossa classe dirigente, como já vem sendo hábito, peca por uma coisa: falta de visão!!!

A segunda tem a ver com o problemas dos terrenos da Associação de Apoio às Famílias de Fazendas de Almeirim, que "O Almeirinense" noticia na sua última edição. É uma situação lamentável que deveria ter sido resolvida pela autarquia no seu devido tempo. Doze anos é tempo suficiente para legitimar a doação dos terrenos à associação!!! Mas, tanto aqui em Almeirim, como noutros concelhos de Portugal, impera o facilitismo e o laxismo. Adia-se para amanhã o que se pode (e deve fazer hoje). Sempre com resultados negativos para alguém. Neste caso, a Associação de Apoio às Famílias de Fazendas de Almeirim viu ser-lhe indeferida a candidatura a um projecto de âmbito nacional. Que poderia ter sido recusado por qualquer outra situação anómala... mas foi-o porque os "seus" terrenos não são seus.

Para terminar, e como nem tudo pode ser mau, quero referir a entrevista que "O Almeirinense" fez ao Dr. Joaquim Duarte Gonçalves Isabelinha. Quase com 99 anos de idade, o Dr. Isabelinha é o exemplo de como todo o Homem deveria ser perante o seu semelhante. Numa sociedade cada vez mais egoísta, os gestos praticados pelo Dr. Isabelinha ao longo da sua vida são de uma profundidade imensa que a atribuição de todas as menções honrosas possíveis e imaginárias não fariam justiça ao enorme altruísmo deste grande Homem.

Boa semana... dia 13 estarei de volta.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Palavras e actos

Pode ter passado despercebida a muitos dos leitores do jornal "O Mirante" a carta escrita pelo Aquilino Fidalgo com o título «Câmara de Almeirim autoriza construção junto ao Pórtico de Paço dos Negros», mas a mim não.

Li este texto com atenção e fiquei na dúvida. Porquê na dúvida?

Devo em primeiro lugar esclarecer que louvo o trabalho e a luta pela defesa do nosso património histórico e cultural, tão mal tratado que tem sido pelas nossas autoridades políticas desde há muito tempo. O Pórtico de Paço dos Negros é um monumento que deveria ter sido cuidado pela autarquia, pois é sinónimo de como Almeirim era reconhecida pela Corte Real. Depois da demolição do Paço Real de Almeirim, o Pórtico é tudo o que nos resta desses tempos. E a não classificação do mesmo como de «interesse municipal» diz bem de como os autarcas olham gerem o nosso concelho...

Agora a minha dúvida prende-se com a forma como o Aquilino Fidalgo se refere à «maioria socialista na câmara», e passo a citar: «A conclusão do processo já há muito que estava "encomendada" pela maioria socialista na câmara.» Quem ler isto vai pensar que ele é um opositor da dita «maioria socialista». Mas, infelizmente, os factos desmentem as palavras. Senão, vejamos:

- foi militante do PSD e desfiliou-se em 2004, quando ocupava o lugar de Deputado na Assembleia Municipal, tendo continuado no mesmo lugar como independente até ao final do mandato, em Outubro de 2005;

- figurou no célebre cartaz «Temos Equipa» do Partido Socialista na campanha para as Eleições Autárquicas de 2005;

- fez parte das listas do Partido Socialista para dois órgãos autárquicos: Assembleia de Freguesia de Fazendas de Almeirim (em quinto lugar) e Câmara Municipal de Almeirim (em sexto lugar);

- na última reunião do executivo municipal, convocada extraordinariamente para aprovação das contas da empresa municipal ALDESC, fez parte da dita «maioria socialista na câmara», tendo ajudado a viabilizar as mesmas.

Em política, como em tudo na vida, a coerência das palavras que proferimos e dos actos que praticamos é muito importante. No entanto, também, temos as nossas falhas. Não podemos é, com palavras, tentar escamotear os nossos actos. Esses, perdurarão para sempre.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

quarta-feira, 18 de julho de 2007

De novo, as sondagens...

Há pouco mais de três anos (a 08.04.2004), o jornal "O Mirante" brincava com o facto do nosso Presidente de Câmara estar a elaborar uma sondagem sobre a sua popularidade e dos seus vereadores, junto dos funcionários da autarquia. Tal facto, mereceu destaque na rúbrica "Cartoon da Notícia".

Parece que a moda pegou e já andam por aí a sondar os munícipes sobre em quem votariam nas próximas eleições autárquicas de 2009.

Ao que me foi dado a saber, a lista de putativos candidatos do PS é muito diversificada: Sousa Gomes, Pedro Ribeiro, Armindo Bento, Francisco Maurício. Quanto aos outros partidos, e mais uma vez, pelo que me foi dito, surgem os nomes de Pedro Pisco dos Santos (do PSD) e Manuela Cunha e Aranha Figueiredo (da CDU).

Para que esta sondagem não fosse como a realizada pelo nosso Presidente, da qual nunca soube os resultados, agradecia que os seus autores os divulgassem. É que, com tanto candidato, isto já parece as intercalares de Lisboa... E ainda falta mais de meio mandato!!!

terça-feira, 17 de julho de 2007

Valerá a pena???

Com mais de três meses de atraso, foram hoje votadas as contas da ALDESC, E. M. referentes ao ano económico de 2006.

Alguns números destas contas, em comparação com os de 2005:
  • Aumento em 14,41% das despesas com fornecimentos e serviços externos (+ 37.234,80€)
  • Aumento em 15,52% das despesas com o pessoal (+ 38.729,35€)
  • Diminuição das prestações de serviços em 14,98% (menos 52.837,13€)
  • Os resultados financeiros da ALDESC, E. M. degradaram-se em 157,07% (menos 3.286,43€)

Em consequência do aumento de custos e da diminuição da receita, a Câmara Municipal de Almeirim transferiu, em 2006, para a ALDESC 305.080,50€ (mais 151.482,00€ que em 2005, em que as transferências foram de 153.598,50€), o que corresponde a um aumento de 98,62%. Dos 305.080,50 euros transferidos em 2006 para a empresa municipal, 82.523,00 euros são a título de cobertura de prejuízos.

E o que dizer dos 15.599 euros que a ALDESC, E. M. continua a contabilizar como seus mas que não existem nos seus cofres? Se este valor fosse tratado contabilisticamente de forma correcta, os resultados líquidos do exercício seriam negativos em 91.968,95 euros.

Apesar de reconhecer que a ALDESC, E. M. desempenha um papel importante de carácter social para os seus utentes, tal não pode ser desculpa para estes números.

Já sei que os defensores deste tipo de gestão da ALDESC, E. M. (e não só) vão dizer que eu pretendo que a empresa dê lucro. Não!!! Eu pretendo, como contribuinte e munícipe, que a ALDESC, E. M., enquanto entidade que gasta dinheiros públicos (portanto, dinheiro de todos nós) tenha uma gestão correcta dos recursos e meios de que dispõe. E que, quem esteja à frente dos seus destinos seja responsabilizado pelos erros que cometeu. O que não acontece no presente...

Face a isto, valerá a pena continuar a insistir?...

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Almeirim, Ribatejo, Portugal

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